Fórum da Economia Solidária aprova Regimento Interno

Cerca de 120 pessoas aclamaram e aprovaram o Regimento Interno do Fórum. O documento pode ser referência na criação de um projeto de lei para que se efetive como política pública do município


Juntar economia com solidariedade é um fato novo que parecia impossível há alguns anos. Em Várzea Paulista, apesar de distintas, a população encontrou respaldo do governo local e desde 2005 vem criando espaço para que haja convergência entre as duas iniciativas. O projeto da ‘Economia Solidária’ hoje é uma realidade que promove a integração de diferentes grupos da cidade. É nela que essas pessoas se conhecem, trocam experiências e reconhecendo o valor e a validade do outro constroem o processo inovador da economia de solidariedade.

Na tarde da sexta-feira (20), o plenário da Câmara Municipal de Várzea Paulista ficou totalmente lotado durante a realização do 3º Fórum Municipal da Economia Solidária, que envolve a participação do governo municipal, entidades de fomento e sociedade civil. O Fórum aclamou e aprovou seu Regimento Interno, escolheu os nomes para recompor a COMPES (Comissão Popular de Economia Solidária) e fez também um chamamento para a grande plenária da ‘Economia Solidária’ no projeto ‘Várzea 2022’, que será realizada no dia 21 de julho. “Faremos uma grande plenária para fomentar o debate sobre a inclusão social, o trabalho e o desenvolvimento da cidade”, conclamou Maria Isabel Rodrigues, membro titular da Comissão.

A manifestação das autoridades

O prefeito Eduardo Pereira lembrou ações importantes que fazem as pessoas viver melhor na cidade, como o ‘Armazém da Cidadania’, e apontou a Economia Solidária como um dos projetos mais avançados. “O mundo solidário que sonhamos deve ser construído a cada dia e a economia serve para melhorar a qualidade de vida. Neste projeto de conjunção há a troca e o abraço fraterno entre as pessoas, que vão formando um futuro de economia solidária”, enaltece Eduardo.

A secretária de Desenvolvimento Social, Giany Povoa, falou do processo evolutivo nos últimos seis anos e dos novos desafios que começam com o Centro Público de Economia Solidária, formação da incubadora e a instalação do Banco Comunitário na Vila Real. ”Além de visitar o pioneiro Banco Palmas, conversamos com especialistas da USP para buscar subsídios e auxiliar a comunidade na sua implantação e desenvolvimento”, disse Giany, que encerrou lembrando a importância de aprovar a Lei da Economia Solidária para que seja efetivamente uma política pública do município.

“Solidariedade não é para todos. É para quem tem amor no coração e quer o bem do semelhante”, falou o presidente da Câmara, Silas Zafani, enaltecendo o teor solidário e participativo do projeto.

O Padre Arno Boesing, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, falou que é positiva esta caminhada. “Só se dá passos para frente com a participação popular e é isso que está acontecendo com este projeto em Várzea Paulista”, reconhece o pároco.

A nova formação da Comissão

Com a recomposição a Comissão Popular, obedecendo 50% de representatividade para a sociedade civil e a outra metade entre entidades de fomento e governo municipal, ficou assim formada com seus membros titulares e respectivos suplentes: Empreendimentos - Maria Pereira Ramos (Risioneide Aparecida dos Santos), Maria Isabel Domingues (Arlindo Paulo de Oliveira), João Donizete da Cunha (Silvandira de Oliveira), Elidiane Misael da Silva (Lilian F. F. de Oliveira), Elisabete J. Barbosa Moreira (Joésia Reis Souza), Catarina Pereira de Noronha (Maria Auxiliadora nascibem Silva); Entidades de Fomento - Marili Honorato S. Mendonça (Helena Lucckino), José Ribeiro (Eva Camargo), Miriam de Lima S. Paschoal; Governo - Luciane Aparecida S. Mosca (Rosemeire de Souza Silva), Zigomar S. Oliveira (Maria Imaculada F. Rosa) e Dirceu Silvério dos Reis que tem como suplente Elaine Aguiar Silva.

A trajetória da Economia Solidária em Várzea Paulista

Em 2005 a prefeitura começa debater a política de Economia Solidária nos CRAS (centros de Referência da Assistência Social). O trabalho de base é feito com servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social, capacitando-os para planejar, executar e gerir projetos da área;

Em 2009 foi implanta a política em caráter definitivo. Neste ano acontecem vários eventos, entre eles: capacitação dos servidores da prefeitura com apoio do CEFES (Centro de Formação em Economia Solidária Nacional); 1º Seminário Municipal de Economia Solidária, com a presença do secretário nacional de Economia Solidária, prof. Paul Singer; 1ª Feira Municipal de Trocas, quando é apresentada a primeira moeda social do município (Saber) e ainda a ‘1ª Feira Regional de Comercialização, envolvendo a participação de 15 municípios e 40 empreendimentos econômicos solidários;

Em 2010 a Economia Solidária emplaca dois importantes projetos de intervenção. O ‘Armazém da Cidadania’ promove a mudança do modelo da entrega de cestas básicas e do tradicional formato assistencialista. Com financiamento da Petrobras é implantado o Laboratório de Desenvolvimento Social e Digital, beneficiando com a formação de mais de 300 jovens e adultos;

Em 2011 o movimento da Economia Solidária continua seu processo de ampliação, começando com a finalização da incubação do projeto ‘Casa da Beleza’. A formação da Comissão Popular e a aprovação do Regimento Interno mostram a organização para uma fase efetiva de concretização dos novos desafios.

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