Pois é, Seu Zé, e a galera ainda aplaude, ainda pede bis

 

POIS É, SEU ZÉ, todo ditador chama de circo uma audiência pública ou qualquer manifestação que promova o debate, e assim denominam a ‘CPI da Covid’, que nesta segunda, 18 de outubro, deu vida aos números 603.324, referente às vítimas fatais da doença até hoje, ao ouvir os depoimentos de pessoas acometidas pelo coronavirus, e de pais, filhos, parceiros e parceiras, que perderam seus entes queridos nesta luta.

POIS É, SEU ZÉ, mas a luta e a revolta não é somente contra a terrível Covid-19, é também contra a “falta de amor”, contra a “falta de espaço”, contra a “falta de ar”, contra a falta de cuidados na indicação de remédios não autorizados, contra a falta de vacinas na hora certa, contra a mentira, contra a falta de compaixão dos negacionistas, contra a falta de respeito com as diferenças e com a democracia, contra a falta de empatia e a falta atitudes da maior autoridade do país. 

POI É, SEU ZÉ, malabarista que segue equilibrando a vida e a morte, como diz a canção que Gonzaguinha compôs para você: “a plateia ainda aplaude, ainda pede bis”. Mas é somente a plateia do circo do cercadinho, onde o palhaço brucutu e canastrão, imita um paciente com falta de ar, e “a plateia ainda aplaude, ainda pede bis”.



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