A Orquivárzea chega à sua sétima edição se firmando no calendário internacional de exposições. Produtores de orquídeas de fora do país apresentam novidades e raridades, como a exótica ‘Fantasma’
Nos próximos dias 19, 20 e 21 de agosto, a exposição internacional de orquídeas da cidade de Várzea Paulista mostra o mundo mágico e encantador da planta princesa do paraíso vegetal, que contagia a todos com sua natural e exclusiva beleza. Nos três dias, o Espaço Cidadania (local da exposição), se transforma em uma imperiosa e exuberante festa de cores, traduzindo os mais de mil exemplares das variadas espécies vindas de todo o Brasil e também do exterior.
Inserida no calendário da CAOB (Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil), a sétima edição da Orquivárzea receberá mais de 70 orquidófilos de todo o país, representando cerca de 30 cidades brasileiras, além da participação de expositores de outros países, entre eles Equador, Tailândia, Argentina, Alemanha, Malásia, Perú e Filipinas.
PEPE PORTILLA DO EQUADOR
Do Equador a exposição receberá Pepe Portilla, um dos mais importantes produtores e laboratoristas do país, que financia a recuperação e a produção de plantas em extinção. Entre as raridades, o equatoriano trará as exóticas e multicoloridas ‘Masdevallia’ e ‘Stanhopea’, plantas com muita procura e pouca oferta no Brasil.
Originária das elevadas altitudes da cadeia andina, a ‘Masdevallia’ encontra melhor adaptação em regiões mais altas, mas muitas das cerca de 500 espécies, tem melhor tolerância em temperaturas mais altas. O labelo de suas espécies se apresenta em um único vestígio.
A beleza das flores da ‘Stanhopea’ pode chegar a sete centímetros na altura das raízes, tornando-a uma das orquídeas mais curiosas. Por ter esta característica, seu cultivo, normalmente, é feito em caixas de madeiras vazadas, para que sua haste floral se prenda sob a planta. Sir William Hooker, criou o gênero em 1829. Entre seus agentes polinizadores, o mais comum é uma espécie de abelha.
UM SHOW MADE IN TAILÂNDIA
A exposição de Kasen Booncho, grande produtor de orquídeas da Tailândia, reserva uma coleção dos melhores exemplares do país. Os visitantes serão inebriados e encantados com o perfume e o colorido das variadas espécies, entre elas: ‘Denphal’; ‘Oncidiuns’ - popularmente conhecida como ‘Chuva de Ouro’ - e as ‘Vandas’ com suas enormes flores, que dão um show à parte.
A beleza peculiar das ‘Vandas’ encanta a todos. Originárias da Ásia, tanto as ‘Vandas’ nativas quanto os híbridos, costumam exercer forte fascínio à maior parte dos colecionadores de orquídeas. É uma planta oponente, de grande durabilidade, que, geralmente, ostenta vistosos cachos com grandes flores coloridas. Se bem cultivada pode florir várias vezes ao ano, podendo suas flores permanecer abertas por até dois meses em cada floração.
De fácil adaptação ao nosso clima, as flores do ‘Denphal’ são duráveis, chegando uma planta a permanecer florida por até três meses seguidos. Podemos encontrá-lo florido praticamente durante o ano todo, sendo possível montar uma coleção contendo, entre muitas outras variações, plantas de flores verdes, amarelas, brancas, azuladas, marrons, flameadas, estriadas, concolores ou com labelo contrastando com as pétalas e sépalas.
'FANTASMA VIETNAMITA‘
Não é o fantasma da mais sangrenta batalha da guerra fria, a Guerra do Vietnã, encerrada em 1976, que volta a assombrar. É a orquídea ‘Fantasma’ (Chilochista usnoides), planta que chega à 7ª Orquivárzea com seu mistério nativo do sul da Ásia, região do Vietnã, para emocionar e quem sabe, até, hipnotizar os apaixonados por orquídeas. Seu encanto particular deve fluir sentimentos e tocar a alma do mais simples mortal.
Feito magia no ar, fantasmaticamente, a flor da planta sem folhagens e bulbos, parece levitar. O efeito de ‘Fantasma’ acontece com sua floração no mês de setembro, que torna sua única sustentação - as raízes -, quase invisível. Está desvendado o mistério desta planta que poderia servir de inspiração para Zé Ramalho compor e cantar mais uma canção sobre o incrível e impressionante mundo das orquídeas. O artista fez sucesso cantando a história de ‘Orquídea Negra’ e poderia dar continuidade ao tema contando sobre os mistérios da ‘Orquídea Fantasma’, planta que pode ser cultivada facilmente e não encontra dificuldade de adaptação em nossa região.
ORQUÍDEA MUSA
Após seis anos, desde a inseminação de três espécies da planta, em 2005, a ‘Cidade das Orquídeas’ apresenta sua orquídea filha para o mundo: a ‘Brassolaeliacattleya - BLC Varzea Paulista’. Sua floração vem carregada de cuidado especial, carinho e de toda a paciência que os cultivadores tiveram para gerar a orquídea musa da cidade de Várzea Paulista.
PRESERVANDO A VELUTINA
Entre as espécies em extinção, reproduzidas pelo laboratório Biorchids, a exposição terá a orquídea ‘Velutina’, planta decídua, heliófita, que têm seu habitat na região - Rio Juquiri - e está praticamente em extinção no estado de São Paulo. Pertence à categoria bifolhada das cattleyas e o adjetivo latinizado de velutina se dá pela textura aveludada do labelo de suas flores. A planta alcança cerca de 70 centímetros e leva entre um e dois anos para florir. Sua época de floração é ao final da primavera, produzindo cerca de 10 vistosas flores em seu cacho apical ereto. Com aroma bastante agradável, suas flores duram em média 30 dias.
A cultura das orquídeas se confunde com a cultura da humanidade e a Orquivárzea, além de contribuir para a preservação desta cultura, oferece atrativos que fazem dela uma das mais belas e profissionais exposições do mundo. Além de apreciar grandes shows, saborear delícias da culinária brasileira e conhecer o encantador mundo das orquídeas, você poderá levar esta cultura para sua casa. Os preços variam de acordo com o tamanho, raridade, mudas ou plantas em plena floração. Há mudas a partir de R$ 5. Faça parte desta grande festa.
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