Crianças de Várzea Paulista fazem arte com barro

Com argila, um material atraente e pouco explorado, alunos da escola João Baptista Nallini, em Várzea Paulista, aprendem a criar peças tridimensionais em oficina de modelagem com o artista ceramista José Itelmo





Os alunos da escola João Baptista Nallini viveram uma experiência riquíssima na quinta-feira (3/11), ao participarem da ‘Oficina de Modelagem em Argila’, ministrada pelo professor ceramista José Itelmo Silva do Nascimento, que trabalha com a arte cerâmica há 30 anos e mantém seu ateliê, ‘Arte Zabelê’, em Campo Limpo Paulista. O artista traz esta arte milenar nas suas origens indígenas, já que é descendente dos índios Potiguara, ainda presentes em aldeias entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte.

Antes de os alunos colocarem a mão no barro, o artista ceramista apresentou material visual dos diferentes tipos de peças produzidas em seu ateliê. De forma lúdica e divertida, falou de como são feitas, pintadas - entre elas as técnicas primitivas de pintura (engobe) - e também sobre o processo de cozimento das esculturas. “As peças só podem ser queimadas depois da secagem. Ao final da oficina, vamos levar os trabalhos produzidos pelos alunos, para que seja feito o processo de queima no forno de meu ateliê. Posteriormente elas serão devolvidas à professora Ana Paula”, explicou José Itelmo.

A argila é símbolo de nascimento, vida e morte, superando qualquer outro material modelável. Ao simples toque de quem a manipula é desencadeada uma resposta emotiva, registrando na escultura a representação de uma vivência. Durante a oficina foi possível perceber que aos poucos as crianças ganhavam espontaneidade e os olhares iam se construindo. “Queremos que eles se percebam nas culturas, nos valores, nos costumes de outros povos, desde os primitivos, sempre contextualizando a nossa história”, observou a professora de artes da escola, Ana Paula Holanda.

A maleabilidade e a fluidez da argila possibilitam que as crianças tenham maior contato com os sentidos, liberando seus movimentos e desenvolvendo a percepção, a psicomotricidade e a concentração. Nas aulas de artes são desenvolvidas técnicas básicas de modelagem, colagem e texturas, além de possibilitar que as crianças transformem materiais descartados, como talheres velhos, canetas e escovas de dente em ferramentas na hora de realizar acabamentos e texturas. Porém, a educadora artística lembra que os trabalhos são feitos com plastilina - a popular massinha. “Ao contrário da massinha, com a argila, possibilitamos que o aluno crie objetos tridimensionais e amplie o conhecimento em arte para além da pintura e o desenho. Independente de construir esculturas elaboradas, ao dar forma à argila, a criança atribui um significado, nomeando sua criação”, explica Ana Paula Holanda.

Os alunos utilizaram uma diversidade de ferramentas que foram confeccionadas pelo próprio ceramista, que mostrou às crianças algumas possibilidades de utilização. “Isso é importante para que as crianças percebam as diversas formas que podem ser usadas como ferramentas e a partir daí façam suas invenções de acordo com a imaginação“, disse José Itelmo ao concluir: “Fico muito feliz em poder passar esta arte milenar aos mais jovens. Os resultados são sempre surpreendentes, como está sendo hoje nesta oficina em Várzea Paulista e foi recentemente com as aulas que dei à alunos da Fundação Casa”.

Para conhecer melhor o trabalho deste grande artista da nossa região, acesse o site www.artezabele.blogspot.com, ou entre em contato pelos telefones (11) 4038.3434 e 7374.8529.

STOCK DE FOTOS (por Eder Jr)









Comentários

  1. Agradeço pela grande sensibilidade de teu olhar. Esta qualidade perceptiva é potencialmente transformadora. Paula Hollanda

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  2. A percepção do meu olhar observou uma paisagem de transformação em cada sentido daquelas crianças. O trabalho de vocês deu significado a tudo que ví, senti e escrevi. Parabéns!

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