Floresce espécie rara das Laelias no Biorchids

A família Calore mantém a tradição de mais de cinco décadas no cultivo de orquídeas e trabalha para livrar mais uma espécie da extinção. Esta semana floriu a Laelia crispa, planta nativa da serra fluminense






Há cerca de 150 anos deveria ser comum avistar a Laelia crispa nas encostas da Serra do Mar, conhecida como Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, até o Espírito Santo. A Laelia crispa foi uma das primeiras espécies brasileiras exportadas para a Europa que ganhou fama no início do século XIX. Isso aconteceu logo após a descoberta da histórica Cattleya labiata.

Para manter essa jóia da natureza longe da extinção, a família Calore - Orquidário Biorchids -, que mantém a tradição no cultivo de orquídeas em Várzea Paulista a mais de cinco décadas, realizou a fecundação da planta original, escolhendo uma de vegetação vigorosa. “Ela responde uma adubação orgânica de eficiência acima do normal, sendo muito fácil sua cultivação”, explica Gerson Calore.

Quando vistas são amadas e sendo amadas, certamente, são mantidas e preservadas. É com este pensamento que o Biorchids - um dos maiores matrizeiros de orquídeas da América Latina - busca produzir espécies que correm risco de extinção, caso da Laelia crispa. “Produzimos orquídeas das mais variadas espécies, mas salvar as plantas em extinção é algo especial. A Laelia crispa é uma delas, sendo muito difícil encontrá-la. Sendo de fácil cultivo, produzimos uma quantidade grande de mudas, para que as pessoas cultivem e ela seja propagada. Este é o valor maior do nosso trabalho”, comemora Gerson.


O prefeito Eduardo Tadeu Pereira, ao saber da florada da espécie raríssima, foi até ao Biorchids, ao lado do vice-prefeito Lula Raniero, para apreciar a linda floração da rara planta. “Além de rara é uma planta muito atrativa. Seu perfume é algo especial”, comenta Eduardo, que cultiva um pequeno orquidário em sua casa.

O vice Lula Raniero também ficou encantado com a beleza da planta e com o rico trabalho realizado pelo Biorchids. “Produzir em laboratório, mudas de espécies que estão em extinção, é devolver vidas que estão sumindo do meio ambiente. Fico orgulhoso em ver que a Cidade das Orquídeas contribui com a preservação de espécies”, orgulha-se Lula Raniero.

A RARÍSSIMA PLANTA, ALÉM DE BELA, TEM UM AROMA MUITO AGRADÁVEL

Nos próximos dias 30, 31 e 1º de abril, o Biorchids estará na Alemanha, participando de uma exposição internacional de orquídeas na cidade de Dresden. A Laelia crispa, por sua raridade e beleza, estará entre as “estrelas” do evento. As mudas da planta poderão ser adquiridas na 8ª Orquivárzea - em agosto -, que já tem presença confirmada de orquidófilos de vários países, entre eles: Alemanha; República Tcheca e Tailândia, além do “papa” das orquídeas, o equatoriano Pepe Portilla, que participou da edição passada e já garantiu o retorno para este ano.

Além da Laelia crispa, muitas outras espécies raras já foram produzidas pelo Biorchids, localizado na Serra do Mursa, entre elas: ‘Laelia Fidelense’, nativa do morro de São Fidelis, no Rio de Janeiro, que já não existe mais, além das ‘Cathleyas Ametistoglossa’ e ‘Shilleriana’, do Sul da Bahia e a raríssima, ‘Catlheya Velutina’, nativa do Espírito Santo.

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