Greenpeace
protesta no centro da capital paulista integrando mobilização global contra a
exploração de petróleo no Ártico
Manhã de sábado (17/8) no
centro da capital paulista. Um caricato milionário em cima de uma bomba de
gasolina banha um urso polar com petróleo, em pleno Viaduto do Chá. Pode
parecer cenário artístico e é isso mesmo. Ativistas do Greenpeace realizaram
uma intervenção para mostrar que as ameaças ao Ártico são um problema global e
suas consequências estão muito mais próximas do que se imagina.
A
imagem foi realizada com a colaboração do artista Bonga, que confeccionou uma
bomba de gasolina estilizada com referências à fauna do Ártico e à exploração
de petróleo que tanto ameaça a região. Bonga e Feik, ambos grafiteiros,
realizaram na mesma manhã a criação de um painel grafitado, enquanto Ursos
"sem lar" completavam o cenário que chamou a atenção de quem passava
por ali.
"O
aquecimento global provoca o derretimento do gelo nos polos e vem desafiando a
sobrevivência da fauna e de comunidades locais", afirma Cristine Rosa,
coordenadora da campanha de Clima e Energia. Nos últimos 30 anos, foram
perdidas 75% das calotas de gelo flutuantes. Em um ciclo vicioso, a exploração
de petróleo é uma das causas desse aquecimento e grandes corporações, como a Shell,
tem interesse em explorar a região. Apesar de ter suspendido suas atividades na
área esse ano, a empresa ainda possui planos para reiniciar as tentativas de
exploração em 2014.
O
navio quebra-gelo do Greenpeace, Arctic Sunrise, está no mar de Barents, ao
norte da Rússia, também protestando contra a gigante petrolífera Rosneft. A
estatal russa, maior empresa de petróleo do mundo, tem uma embarcação preparada
para realizar testes sísmicos no local, primeira etapa para a exploração do
óleo negro em alto mar.
Atividades como a realizada
hoje em São Paulo também aconteceram em outros países, mostrando que a
mobilização possui caráter global: mais de três milhões de pessoas assinaram a petição Salve o Ártico, que pede a criação de
um santuário na região, para que o ecossistema não possa mais ser explorado e
seja destinado apenas para pesquisa, como é o caso da Antártida. O pedido
estende-se também ao fim da pesca industrial e da exploração de petróleo no
Polo Norte. Sendo essa última uma atividade de alto risco devido às condições
climáticas severas, os derramamentos tornam-se ainda mais suscetíveis.
O
ciclo da exploração de petróleo a qualquer custo pode ser parado por meio da
alteração nas matrizes energéticas mundiais. O Greenpeace acredita em fontes
alternativas de geração: as renováveis. As energias eólica, solar e dos mares
possuem forte potencial de desenvolvimento, mas ainda faltam políticas públicas
para que a transformação seja plena e eficiente.
Acesse, saiba mais e
assine a petição em: www.salveoartico.org.br
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