Confesso
que nunca aprovei a linha editorial do Charlie Hebdo e tão pouco achava graça
em seus cartuns carregados de ofensas, ressentimentos, charges satíricas tão
grosseiras que me dão a impressão serem produzidas em constantes momentos de
alto mau humor.
Devo
concordar que os cartunistas do Charlie Hebdo são corajosos, porém, observar
que eles têm a mesma “coragem” radical dos homens-bomba ou de qualquer ignorante
extremista. Por isso: não sou Charlie!
Diferente
do sentimento clamoroso esquizofrênico manifestado pela afirmação "Je suis
Charlie", eu, como cidadão e jornalista, sou contra a “liberdade de ofensa”;
sou contra a violência agressiva às crenças das pessoas, às religiões, sejam
elas de fé cristã, islâmica ou muçulmana. Por isso: não sou Charlie!
Sou
absolutamente contra qualquer tipo de violência e a agressão do Charlie Hebdo é
uma metralhadora giratória muito cruel, que atinge às pessoas com fé em Deus e
também àquelas que têm nas regras do alcorão suas crenças.
Sou
favorável à liberdade de imprensa, mas àquela que cumpre sua missão de informar
a verdade, sempre respeitando os dois lados da notícia. Sou a favor do respeito
à liberdade religiosa. Por isso: não sou Charlie!
Minha
posição contrária ao Charlie não significa que apoio qualquer rede terrorista,
muito pelo contrário, reafirma minha abominação às mentes extremistas, que
externam seus radicalismos, seja por meio de bombas, armas, canetas, lápis,
teclados, discursos ou poderes. Por isso: je ne suis extremist; je ne suis Al
Qaeda; je ne suis Charlie.
Afinal,
penso não ser preciso dizer “Je suis Charlie" para demonstrar compaixão
com as famílias enlutadas e com o povo francês. Ao dizer “Je ne suis Charlie”
quero apenas expressar: não concordo com a forma que o "Charlie
Hebdo" trata as religiões, sobretudo o islamismo, os muçulmanos, e também
o cristianismo, os cristãos como eu.
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