O diretor da companhia, Paulo
Massato, anunciou nesta terça-feira (27) durante evento em Suzano, que se for necessário
reduzir a vazão no Cantareira, a solução limite é um rodízio drástico de até
cinco dias sem água na semana.
Foto: Reservatório Cantareira
O possível rodízio de água na região metropolitana de São
Paulo, previsto no Relatório Anual de Sustentabilidade de 2013, documento da
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) publicado no
primeiro semestre de 2014, ainda pode acontecer, segundo afirmou o diretor
metropolitano da companhia, Paulo Massato Yoshimoto, durante inauguração de uma
obra no manancial do Alto Tietê. O evento aconteceu no município de Suzano na
manhã desta terça-feira (dia 27) com a participação do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB).
Sem qualquer previsão sobre quando poderia acontecer o
possível rodízio, Massato esclareceu que sua implementação dependerá de
análises dos órgãos reguladores de recursos hídricos - Agência Nacional das
Águas (ANA) e Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). “Se eles (os
órgãos reguladores) chegarem à conclusão nos seus estudos que a Sabesp tem que
retirar muito menos do que ela está retirando do Cantareira, a solução no
limite seria a implantação de um rodízio muito drástico", reconhece
Yoshimoto.
O rodízio drástico ao qual se refere o diretor metropolitano
é o chamado 5x2 – cinco dias sem água por dois dias com água. “Ainda temos uma
expectativa, pequena, mas temos expectativa de que as chuvas de verão voltem. Com
essa tecnologia, com a adesão da população reduzindo o consumo e mais as
transferências, nós estávamos produzindo no Cantareira 32 metros cúbicos por
segundo. Hoje nós estamos produzindo 16,5 metros cúbicos por segundo. Então, se
as chuvas insistirem em não cair no sistema Cantareira, a solução seria um
rodízio muito pesado, muito drástico", afirma Paulo Massato.
O Sistema Cantareira registrou neste mês, apenas 49,5% da
média histórica de chuvas acumuladas. Na semana passada a Sabesp recebeu uma
determinação da Agência Nacional de Águas (ANA), para aumentar a redução na
captação de água do sistema Cantareira. Com o registro de 16 metros cúbicos
explorados do Cantareira nesta terça-feira (27), a companhia adotou o limite de
13 metros cúbicos por segundo de retirada, como meta para não adotar rodízio. "Se
nós tivermos que retirar somente 10, 12 metros cúbicos por segundo seria
necessário implantar rodízio de dois dias com água, cinco dias sem água. O equivalente
a isso para ter uma economia necessária lá no Cantareira e não deixar que (o
nível) continue caindo", reconhece Massato.
Alckmin fala sobre as
transferências
Sem qualquer declaração sobre rodízios, Geraldo Alckmin
ressaltou as obras de transferência de água da Represa Billings (ainda sem
prazo definido) e também a transferência do Rio Guaratuba para o sistema Alto
Tietê, que segundo o governador possibilitou aumento de 500 litros por segundo.
"Aqui (Alto Tietê) nós temos capacidade de tratar mais cinco metros
cúbicos por segundo e produzir e distribuir mais cinco metros cúbicos por
segundo. Não adianta você colocar água em um local que não tem capacidade para
tratar mais. Aqui você tem ambas as condições”, destaca Alckmin.
Abastecendo 4,5 milhões de pessoas – partes da zona leste
paulistana,de Arujá, Mauá, Mogi das Cruzes, Santo André e as cidades de Ferraz
de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano - o sistema Alto Tietê registra
10,4% do seu volume. Com a crise, mais um milhão de clientes da Sabesp, passou
a ser atendido pelo sistema Alto Tietê, que também está diminuindo suas
reservas por conta da migração e do baixo volume de chuvas.
Texto: Osvaldenir Stocker*
*para o PR-SP
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