São
Paulo, 01/10/2015 - PSDB pede que PGR apure 'compra' de MP na
administração Lula; fabricante de carros suspeita em escândalo de MP fica na
mira de operação da PF, e contas bloqueadas de Cunha têm perto de US$ 5
milhões. Veja as principais notícias do dia do Broadcast Político.
OS PERSONAGENS E OS FATOS
Carlos Sampaio: O líder do
PSDB na Câmara protocolou uma representação na Procuradoria-Geral da República
(PGR) em que pede a investigação de supostas denúncias de "compra" da
edição de uma medida provisória (MP) durante o governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. "Por se tratar de um governo com notória conduta
criminosa, que criou o 'mensalão' e o 'petrolão' para financiar e manter seu
projeto de poder, não é de se estranhar que uma medida provisória tenha sido
editada por encomenda, beneficiando, dentre outros, um dos filhos do
ex-presidente", diz. Parlamentares oposicionistas pregaram a abertura de
uma apuração sobre a legalidade da MP 471, cuja publicação em 2009 teria sido
"comprada" por meio de lobby e de corrupção a favor de indústrias de
automóveis. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou que
protocolará um pedido para que o ex-presidente, um dos filhos dele, Luís
Cláudio Lula da Silva, o ex-chefe da Secretaria-Geral da Presid! ência da
República Gilberto Carvalho e os diretores de empresas averiguados pela Polícia
Federal (PF) deem explicações sobre a operação na Casa. De acordo com o senador
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), esse é um novo indício da deterioração do
meio político.
Fernando
Pimentel: A Polícia Federal (PF) fez buscas em endereços da
montadora Caoa, suspeita de participar de um esquema de lobby e corrupção para
a compra de uma medida provisória (MP) no governo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. A ação integra a terceira fase da Operação Acrônimo, que
investiga o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e
atual governador de Minas Gerais, além de empresas com relações comerciais com
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para ser
editada, em 2009, a norma passou pelo crivo do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), comandado pelo hoje governador de 2011 a
2014.
Eduardo
Cunha: A Suíça congelou perto de US$ 5 milhões em ativos em
nome do presidente da Câmara e de parentes dele. Uma auditoria interna do banco
que guarda esses valores, cuja identificação não foi divulgada, foi responsável
pelo informe que levou à abertura de ação criminal no país europeu por suspeita
de lavagem de dinheiro. Essa investigação foi enviada pelo Ministério Público
(MP) suíço à Procuradoria-Geral da República (PGR) no Brasil. O presidente da
Câmara decidiu cancelar a viagem que faria para a Itália. Ele disse ter
decidido ficar em Brasília para poder comparecer ao casamento do senador Romero
Jucá (PMDB-RR).
Luciana
Genro: A ex-deputada do Psol do Rio Grande do Sul usou o
Twitter para alfinetar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). A ex-deputada relacionou o Estatuto da Família, projeto de deputados
evangélicos ligados a Cunha, às suspeitas de corrupção que o envolvem. “As
informações do MP (Ministério Público) da Suíça relatam contas em nome de Eduardo
Cunha e seus familiares. Contra família criminosa não tem estatuto né?”, disse.
O
PALCO
Itália: O
Ministério da Justiça da Itália anunciou que o ex-diretor de Marketing do Banco
do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, estará
disponível para extradição a partir de quarta-feira, 7. O governo brasileiro
terá 20 dias, contados dessa data em diante, para organizar o retorno de
Pizzolato ao País. A informação foi dada pelo representante do Ministério da
Justiça italiano, Giuseppe Alvenzio. O governo do Brasil já foi comunicado
oficialmente.
OS
PODERES
Executivo: Com
pendências a resolver nas fileiras do PMDB, a presidente Dilma Rousseff chamou
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Brasília para ajudá-la a fechar a
reforma ministerial. Antes, Dilma reuniu-se com o vice-presidente Michel Temer,
no Palácio do Planalto. Lula demonstrou "otimismo" durante o almoço
com a presidente. De acordo com um dos participantes do encontro, o
ex-presidente está confiante de que a nova coalizão de forças surtirá efeito e
vai assegurar governabilidade a Dilma.
Legislativo: A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara aprovou a
convocação do presidente da estatal, Aldemir Bendine, para esclarecer a atuação
dele desde que assumiu a empresa. Ainda não há data marcada para o depoimento,
mas, por se tratar de uma convocação, Bendine é obrigado a comparecer.
Judiciário: O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que tenha sido
"capricho" da parte dele a decisão de obstruir a sessão do Congresso
que apreciaria vetos presidenciais e disse que, em relação ao do reajuste do
Judiciário, que deixou de ser analisado e causa preocupação ao governo caso
seja derrubado, a polêmica é culpa do Senado. "Não foi capricho, não. Capricho
foi os senadores terem aprovado o reajuste (do Judiciário), que gerou a
necessidade de a gente ter de manter esse veto", disse.
AS
ASPAS
"Ontem, 30 de setembro,
foi uma data histórica para a Política do Brasil - assim mesmo, com P
maiúsculo: começa a cair a máscara daquele que representa, com toda
desenvoltura, o achaque em nosso País."
Do ex-ministro da Educação
Cid Gomes, ao voltar a acusar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
no Facebook.
A
REDE SOCIAL
"Em
um relacionamento sério."
Da conta do Facebook do
ex-ministro da Educação Renato Janine, em mudança de status de relacionamento.
A
AGENDA
O governo marcou para esta
sexta-feira, 2, às 10h30, o anúncio da reforma ministerial. A presidente Dilma
Rousseff fará a divulgação. No entanto, a assessoria da administração federal
afirmou que não haverá entrevista, apenas uma declaração de Dilma. Nesta
quinta-feira, 1.º, a presidente esteve reunida com o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no Palácio da Alvorada para definir os últimos detalhes. Os
chefes da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Comunicação Social
(Secom) da Presidência da República, Edinho Araújo, além do assessor especial
Giles Azevedo, também participaram do encontro.
O
MINISTÉRIO PÚBLICO
A Procuradoria-Geral da
República (PGR) anunciou que propôs uma ação por improbidade administrativa
contra o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Calheiros
deixou de fornecer ao Ministério Público Federal (MPF) informações necessárias
para subsidiar um inquérito que apura supostas irregularidades na ocupação de
cargos comissionados no Senado.
Daniel
Galvão (daniel.galvao@estadao.com)
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